Uma das minhas filhas me perguntou:
"Mãe! Como pode alguém viver dedicando-se a outra pessoa como fazem as mães?"
Respondi da única forma que poderia:
"Você só compreenderá isso quando experimentar a maternidade"
A Natureza, com sua indiscutível sabedoria, imprime na mulher este sentimento grandioso que nos faz agir dessa forma. Não existe nada mais poderoso, mais profundo, mais intenso que a alegria de ser mãe! A expectativa, a sensação indescritível de saber que, no próprio ventre, geramos um ser que receberá uma alma é...única! Só se entende vivenciando.
Quando minha primeira filha veio ao mundo através de mim, por alguns instantes senti como se Deus compactuasse comigo e, apenas por alguns instantes...me permitisse entender o grande mistério da vida! Só naquele momento, olhei nos olhos de Deus e senti justificar-se tudo!
A maternidade vai recebendo diversas roupagens, a partir daí. Tem aqueles momentos de dedicação e cuidados que serão substituídos pela capacidade de dialogar, pelo esforço para acompanhar as mudanças impostas pelo tempo. Neste momento temos que superar o desapego e exercitar a capacidade para entender que eles vêem com seus próprios desejos e aspirações. Vemos nossos filhos apaixonarem-se, descobrir a sexualidade e entendemos que o ciclo se repete! E passa tão rapidamente que nem podemos nos permitir não acompanhar pois corremos o risco de ficar para trás, no meio do caminho, recordando então que também passamos por isso!
Nossas experiências não vão servir para os nossos filhos, assim como as nossas roupas, aquelas calças boca-de-sino que adorávamos... nem as camisas que vestimos...nem as bandeiras que carregávamos! O que temos que entender é que nossos filhos teeem que ter sonhos, metas, ideais próprios e...esperamos que tenham coragem para lutar pelos seus objetivos! Temos sim que ensiná-los a se assumirem, a não se deixarem violentar mas, temos que, nesse momento enxergar que, algumas vezes, vamos sofrer mais ainda por vê-los sofrer por coisas que não mais nos atingem, mas que já pesaram nas nossas vidas como catástrofes.
Ser mãe exige várias superações em suas diversas nuances mas, quem não se esquece desse papel assumido e reafirmado em tantas fases distintas, sabe que só aquele pacto, aquela experiência de olhar nos olhos de Deus, mesmo que por alguns poucos instantes, pode ser a fonte de amor que nos alimenta para continuar existindo em outro ser, dando vida a quem nos justifica a vida!
Ame sua mãe!
Ame seu filho!
Ame-se por fazer parte desse ciclo, o mais instintivo e ao mesmo tempo mais sublime, o mais óbvio e mais complexo!
Parabéns a todas as avós, mães e filhas!
Rosana Meirelles
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