Alguma coisa flutua dentro de mim, indefinível, indecifrável mas, consumindo-me por dentro. Debate-se implorando oxigênio, querendo viver, expandir-se! E eu, mais uma vez tentando mecanizar minha vida, correr atraz das mesmas coisas, deixando que tudo seja tragado por essa pressa, essa angustia desmedida de chegar a algum lugar que desconheço! As coisas que deveriam ser consideradas as mais importantes parecem banalidade, os sentimentos são sufocados por falta de espaço e assim, atrofio minha arte insana!
Mas nem sei se vale realmente à pena questionar tantas coisas sem respostas se nada me rende, se me faz apenas alimentar este meu bicho grande e bôbo que vive enjaulado. Preciso sempre estar produzindo alguma coisa traduzida como útil porque, se assim não for, estarei perdendo o tal precioso tempo de geração de renda! Mas minha arte, minha sensibilidade, minha dor surda, abafada, estão aqui, reverberando, clamando por perdão por existir, simplesmente, humildemente! Quando menos espero ela me toma, ela se cola em mim, mesclando-se nessa rotina desgastante, sob pretexto qualquer, ativada pela emoção que corre solta, repentinamente, potencializada, fermentada por todo esse tempo de prisão, parecendo descabida, desproporcional!
Mas essa sou eu! Não sei se faz diferença ou sequer se gosto disso mas, essa sou eu de verdade!
